Primo Basílio
Quando nervoso, desenho
Quando fumo, pinto
Quando careta, escrevo
Quando bebo, adormeço
acariciando seus cabelos pretos
com meus dedos de robô...
Quando acordo, choro
...Tudo era apenas um sonho
Quanto mais me oprimem, mais crio
uma série de problemas
e equações do 2º grau
S a d
Carrego dentro de mim
Como um camelo de papel
O desespero de te amar
Num deserto
Em meio a um temporal
Busco nas pedras
A sua imagem de mulher-calor
E as cores do Movimento Pop
Escorrem em meus olhos
Satt-Art-Day
Onde você se escondeu?!
Grande Homem dos Montes
Senhor do tempo e do espaço!
Onde você se enfiou desta vez?
Versos Amarelos
De que me servem os olhos
quando o desenho mais carismático
ainda não fiz?
De que me servem os braços
estendidos
se os raios de luz mais meigos
são de fato os da Lua
...De que me adianta escrever
se o verso em linguagem mais pura
ainda não amanheceu?
H J S
Certamente, com o tempo
haverão de me esquecer
com certa facilidade...
(Como a seda no banco)
Entretanto, sem que saibam
enquanto viverem,
não como um castigo
ou um lamento
mas sim como uma graça
nunca deixarão de me sentir
(experimentar)
correndo em suas veias
Domingo 2, 15h35
Algumas nuvens
davam as mãos
e saíam passeando
a se aprofundar
em lembranças palpáveis
de mangueiras alegres
agitando-se
no ar quente da noite...
A perseguir rastros
de caracóis solitários
por entre a grama molhada
atrás da casa de madeira...
A sentir-se felino
observando o pássaro trêmulo no chão
A sentir-se nu
olhando o rosa das conchas vazias
na palma das mãos enrugadas
defronte ao mar...
Sentindo náuseas
Acariciando céus incríveis
...A serem esquecidos
dias depois
...A me sentir mole
sem forças
Estranhamente catatônico
sem seu corpo gelatinoso
por perto
Tempo Realem lembranças palpáveis
de mangueiras alegres
agitando-se
no ar quente da noite...
A perseguir rastros
de caracóis solitários
por entre a grama molhada
atrás da casa de madeira...
A sentir-se felino
observando o pássaro trêmulo no chão
A sentir-se nu
olhando o rosa das conchas vazias
na palma das mãos enrugadas
defronte ao mar...
Sentindo náuseas
Acariciando céus incríveis
...A serem esquecidos
dias depois
...A me sentir mole
sem forças
Estranhamente catatônico
sem seu corpo gelatinoso
por perto
Enquanto os cães farejavam
minhas pegadas
na areia
atrás dos arbustos
...eu já estava do outro lado
do rio
brincando com as sereias
pulando amarelinha
desviando de raios
no meio de um temporal
Idiot ice
Me alimento
com um contra filé
Toco
contra o vento
em contraponto
batendo o pé
o contrabaixo
Procuro
fazer contracultura
e não sou
contra nada...
Tudo continua de pé
Primavera
O que significa
estar aqui
nesta tarde pálida
quando apenas
moscas errantes
chocam-se contra o meu rosto (?)
...Você está gastando a minha beleza
com o seu transtorno de Borderline, sabia?
Alto
de cimento
Nem há sinal de flores
caídas no chão...
Apenas olhos negros
assustados
na pequena janela
no alto do sobrado
El Ojo Del Diablo Rojo
Obrigado por me deixar andar em seus devaneios
Obrigado por me mostrar os seios
O caminho do meio
Obrigado por me odiar tanto em seu desequilíbrio.
As flores que nasciam
na fenda da parede
ficavam excitadas
ouvindo nossas conversas
na cozinha
Coração de Lata
Coração de lata
caminha
entra
e me encontra sentado
escrevendo cartas
Coração de lata
não estou mais te procurando
propondo
Me achei
Agora estou apenas vivendo
(ou morrendo, sei lá)
Lembrando do seu perfume
debruçado sobre a cicatriz
da ferida que um dia você me fez
Síntese
Um homem simples
que andava de chinelos
e nada tinha a dizer
mas que dizia tudo
falando nada
com a boca fechada
Como um sintetizador egoico...