Mãos







P i r u e t a s


Por favor
Libere minha cabeça
Solte os meus pés
Eu não estou achando graça
De nada disso...



Grrr... grrr..


...Hoje estou vestido
com a roupa negra
da sombra
...Arranhando as paredes
Atrás das pedras



  R i s i n h o 

  Eu explico 
   e você não entende
...Você entende
   e eu não entendo
   Você não explica
   e eu entendo
   quase tudo...




Trança

...Daria para o senhor
   Tirar sua abóbora de cima
   da minha trança?




João Batista e a Fera

Já não tenho
com quem conversar
isolado
em minha confortável jaula de isopor



Mente Quem Diz Que a Lua é Velha

Um velho de barba branca
e botas longas
correndo como bala
pelas ruas do tempo



Agora estamos todos velhos demais...

Vejo você aflita
dentro da pedra de gelo
E eu te mostro o céu azul da manhã
do outro lado da rua
do outro lado da mesa...
tomando café
vendo sua tela pendurada na parede
desaparecendo sob teias de aranha
Eu vejo você amanhã, ok?
Então, por favor, não parta




Todo mundo está vendo
Todos estão queimando
Mas ninguém entende a situação

Today eu tomo um Toddy
Outro dia eu tomo um chá
Por isso, por favor, não vá



Sonhos de Valsa

Você correndo
Flutuando em seu rosto, um sorriso
Em suas mãos de freira, o presente
Meu coração parece sentir-se livre
Sem mesmo saber seu nome
Sem saber sequer se é noite ou dia.




M ã o s 
(Les Marmotas)

Amor idiota
que me deixa confuso
atravessando perigosamente as ruas 
ao sabor do vento
Indo e vindo
de lugar nenhum
em noites frias e sem luar 
com um copo de vinho nas mãos



Não Perca Seu Tempo

Ela parece completamente fora de si
de sintonia
Mas, num segundo, se recompõe



No Thanks

Os punks foram embora
Apenas Laura ficou no escuro
limpando os peixes.



Amna Warp

Durante a noite
Eu tomo sorvetes de morango
Ouvindo solos de guitarra
Do outro lado da parede.



Máquina Estranha

Nada a ver
com o rosto que explodiu hoje cedo




Agrotóxico

Falar de amor
onde só há guerras?
de cores
onde não há luz?
De flores, onde o solo é estéril?
De vento
onde as árvores estão secas?





H i l d a

Poesias singelas
sem música
sem eco
Apenas silvos
e pessoas assustadas correndo
atrás das horas
atrás do tempo
atrás de drinques e milk shakes
perdidas em madrugadas sem retorno



Caso Encerrado

...Uma poesia descolada, passiva
melancólica




Vazio

Homens de boa índole
de bom caráter
de bons propósitos e boas intenções...
Por onde andarão?




Coisa Fina

Sente-se pouco à vontade?
Entrou na praia errada?
...Pode ser
...busdega, burretice, weinmnheruern...




Olhos?

Nunca!
Como o Vermelho (!)
Como esse branco?



Mickey Mouse in Moscou

Sinto-me muito um rato
em minha própria casa
escura e fria



La fuera

Nada a acrescentar
Nenhuma luz na escuridão
Muito pelo contrário
Apenas mais fogo
Pelo de fera...
Apenas mais merda
no ventilador...




Off

Agora estou descontrolado
pensando:
O que estamos fazendo juntos pelados aqui?




Uniformes

Alguém no inferno
também torce por mim
E nada me fará mudar
roupinhas manipuladas
em papel de presente



...Espero apenas que ela acenda
outro cigarro 
e desapareça sem dizer nada


Plastic People
Pipol Nazzi
Pessoas que só servem
para encher o meu saco... 
Pronto, perdi o perfume




Por que escrever então?
Para quem escrever? (que público?)
O que escrever?
O que torna o ato de escrever gratificante?
E não um gesto mecânico e desconexo?
como uma porra nenhuma
Quem mantém aceso este prazer?
E quem o destrói?